Alegre, vibrante e generoso. Assim o cirurgião pediátrico José Raimundo Bahia Sapucaia, ex-diretor do Martagão Gesteira, foi lembrado em uma solenidade em homenagem póstuma realizada pelo hospital, nesta quinta-feira, 16. Na ocasião, foi inaugurado um busto em homenagem ao médico por seu extenso trabalho em prol das crianças da Bahia.
O busto foi feito pelo artista plástico Tatti Moreno. Sapucaia faleceu em junho do ano passado e tinha mais de 50 anos de carreira. Formado pela Escola Bahiana de Medicina, Dr. Bahia, como era conhecido, foi um dos mais renomados cirurgiões do Estado. Ao longo da carreira, foi presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátrica e diretor do Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, onde iniciou sua trajetória.
Na década de 1990, ele assumiu a liderança e traçou o plano de reabertura do Hospital Martagão que, naquela época, interrompeu o funcionamento por conta de uma grave crise financeira. Ele era sobrinho de Álvaro Pontes Bahia, fundador do Martagão Gesteira, e primo de Irmã Dulce.
“Para o Martagão, ele ficará sempre lembrado como um dos principais pioneiros da cirurgia pediátrica na Bahia e no Brasil. Ensinou a muita gente. Deixou diversos discípulos. Foi o grande criador de toda essa cultura cirúrgica que mantém o Martagão vivo e atuante até hoje. Ele deixou uma família enorme de discípulos que atua hoje em prol das crianças”, ressalta o diretor-presidente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (entidade mantenedora do Martagão), Carlos Emanuel Melo.
As cinzas do médico serão colocadas em uma urna, sob o busto. O ato atende a um pedido de Sapucaia feito por ele à família. “O Martagão está fazendo uma homenagem muito justa pelo que ele significou para nossa instituição. Não só por ele ter sido um grande cirurgião pediátrico, mas também pela pessoa que ele foi: sempre amigo, um médico que não esperava hora, nem tempo para atender a quem quer que chegasse”, destaca a presidente de honra da Liga, Rosina Bahia.
Primogênito do ex-diretor, Pedro Américo destacou qualidades do pai. “Ele era um pacificador e humanista de grande valor. Nas técnicas cirúrgicas, era um inovador. Tinha o dom e o prazer de ensinar”.
Também filho de Dr. Bahia, José Bahia Filho ressaltou “a leveza” do pai. “Ele me mostrava que a vida é muito mais simples e que a gente precisa aprender a viver”.
“Meu pai amava servir. Uma pessoa que sempre se deu sem pensar nas consequências. Ele amava o que fazia. O foco dele era o paciente”, acrescentou Américo Neto, filho do ex-diretor.
“Ele não tem adjetivo. Meu pai vive no nosso coração, nesta obra (Martagão). Ele nunca se furtou a atender uma criança qualquer”, complementou Mariana Sapucaia, filha de Dr. Bahia.