Neste 24 de março, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o Martagão Gesteira também entra na campanha da Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar sobre a doença infecto-contagiosa que ainda mata 4.500 pessoas no mundo, todos os dias. Com o mote “É hora de ação! É hora de acabar com a tuberculose!”, a iniciativa busca incentivar o diagnóstico e o tratamento da tuberculose, além de promover o fim do estigma e da discriminação relacionados à doença.
A tuberculose deve ser investigada sempre em pessoas que apresentem tosse com três semanas ou mais de duração.
Os pacientes menores de 15 anos representam 6,3% dos 30.000 casos diagnosticados diariamente, mundo afora. A tuberculose na infância apresenta especificidades, pois, diferentemente do adulto, os sintomas são mais inespecíficos e as suas secreções respiratórias contêm um número muito reduzido, ou mesmo ausência, da bactéria causadora da doença. Por esse motivo, as crianças quase não são capazes de infectar outras crianças ou adultos.
Uma das formas de proteger os casos graves de tuberculose é a vacina BCG, cuja dose única aplicada nos primeiros dias de vida. As crianças geralmente desenvolvem a tuberculose após contato com algum adulto bacilífero (aquele que é capaz de infectar outras pessoas por expelir bactérias através das suas secreções respiratórias). Fumantes, alcoólatras e a população privada de liberdade são os grupos mais vulneráveis à doença.
“Por isso, é importante a investigação de todos os contatos da criança, principalmente os familiares e domiciliares, com os quais a criança convive por mais tempo”, explica Dra. Carolina Aquino, pneumologista pediátrica do Hospital Martagão Gesteira.
Para a especialista, é de extrema importância identificar o caso fonte (que é o caso infectante, muitas vezes ainda não diagnosticado) para a interrupção da cadeia de transmissão da doença.
De acordo com o Relatório Global de Tuberculose, lançado em outubro de 2017 pela OMS, o Brasil tinha 87 mil casos estimados de tuberculose, representando menos de 1% ocorrências globais. “Muitos deles podem ser prevenidos com diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento”, destaca Dra. Anne Layze Galastri, infectologista pediátrica do Martagão.
O mesmo relatório revelou que o Brasil é um dos países que ainda precisam avançar no tratamento, por registrar 71% de cura entre os casos novos. “A tuberculose é uma doença que tem cura. O tratamento é realizado por meio de medicações por boca. No entanto, sem o tratamento, pode trazer riscos à vida. Além de ter chance de transmissão de doença para outras pessoas”, acrescenta a infectologista.