Na Semana Mundial de Alergia, o Hospital Martagão Gesteira destaca um dos procedimentos realizados pelo seu Ambulatório de Alergologia e Imunologia, o Teste de Provocação Oral, considerado padrão-ouro para avaliação diagnóstica e da tolerância da alergia alimentar.
O procedimento é feito no Martagão desde janeiro e consiste em ofertar o alimento alergênico ao paciente, com supervisão médica e monitorização. “Os exames de sangue e os testes cutâneos alérgicos ajudam o raciocínio clínico, porém nem sempre permitem a confirmação do diagnóstico”, destaca a dra. Cláudia Plech, alergologista do Martagão Gesteira.
O teste de provocação oral é um aliado importante do diagnóstico da alergia alimentar, no entanto, ainda é uma dificuldade real fazê-lo em Salvador, tanto no SUS, quanto na rede privada. “Isso acontece porque é necessário ter médico e leito hospitalar disponível para realizar o internamento do paciente. Mas os ganhos são enormes: se o paciente não tem reação e tolera o alimento, ele tem uma grande mudança em sua vida”, acrescenta a especialista.
Este foi o caso de David, de 10 anos, que comemorou o fato de comer os primeiros pedaços de bolo. O menino foi diagnosticado com alergia à proteína de leite de vaca ainda bebê e ao longo da vida apresentou urticária, desconforto respiratório e reações graves. Há dois anos ele vinha bem, sem contato com o alimento. Ontem, ele foi bem-sucedido no Teste de Provocação Oral para leite e ovo.
“Os exames de marcadores de alergia ao leite diminuíram e nesse momento a gente pôde indicar o teste de provocação. Nesta primeira etapa, a gente testou o bolo com o leite. Se tudo correr bem, em dois meses faremos outro teste só com leite. Agora, eu posso com segurança liberá-lo para comer bolo. David se emocionou, encheu os olhos de lágrimas e vibrou com o fato”, conta Dra. Claudia Plech.
Alergia Alimentar
Em 2019, a Semana Mundial de Alergia, de 7 a 13 de abril, tem como tema “Alergia Alimentar: Um Problema Global”. A iniciativa é da World Allergy Organization (WAO), que no Brasil é organizada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), e tem como objetivo conscientizar sobre diagnóstico, tratamento e prevenção das diversas formas de alergias.
Leite, ovo, trigo, soja, castanhas, amendoim, camarão e peixes são os principais grupos da alergia alimentar, responsáveis por 90% dos casos. Entretanto, potencialmente, qualquer alimento pode um dia se tornar alergênico e causar reações que vão desde urticária, falta de ar, angioedema, até sintomas como diarreia e sangramento nas fezes. “Como existe um espectro muito amplo de sintomas, é importante que um médico, especialista, avalie a história do paciente e faça os exames especificos para chegar a uma conclusão”, defende dra. Claudia Plech.
Ela chama a atenção para o fato de, atualmente, haver um super diagnóstico de alergia alimentar. “A gente recebe muitos pacientes suspeitos, mas confirma poucos casos. Sem a avaliação do especialista, a criança vai viver em exclusão, desnecessariamente. Por isso, é importante agendar uma consulta com o alergologista, realizar os exames e testes como o de Provocação Oral, quando necessário”, enfatiza.
O agendamento para o Ambulatório de Alergologia do Hospital Martagão Gesteira é feito nos postos de saúde. Para marcar uma consulta, é necessário apresentar guia de encaminhamento para alergologista, documento da criança (certidão de nascimento ou RG), cartão do SUS do paciente e comprovante de residência em nome do responsável legal.