28.06.22

Jornal do Doador: Edição 12

Jornal do Doador: Edição 12

Chega de Silêncio!

Com um déficit mensal de R$ 700 mil previsto para 2022, o Hospital Martagão Gesteira aderiu à campanha nacional “Chega de Silêncio!” sobre a crise nas unidades filantrópicas do país, mobilizada pela CMB Santas Casas. 

Segundo a CMB, entidade que congrega as federações de santas casas e hospitais beneficentes do país, trata-se da “maior crise da história”. Maior hospital filantrópico exclusivamente pediátrico do norte e nordeste, o Martagão não está em situação diferente e enfrenta inúmeros desafios. Por ano, são mais de 80 mil pacientes de todo o estado e mais de 500 mil atendimentos realizados.

Antes mesmo da pandemia, o recurso obtido pelo SUS – o atendimento do Hospital é exclusivamente pela rede pública – já não cobria as despesas do Martagão.

Com o surgimento da pandemia, houve um financiamento voltado especificamente para o combate ao Coronavírus. Ao mesmo tempo, no entanto, hospitais de todo o país enfrentaram a inflação, com aumento nos preços de equipamentos, insumos e medicamentos. 

“A partir do segundo semestre, no caso do Martagão, a situação fica cada vez mais difícil. Não podemos permanecer em silêncio e corremos riscos futuros de termos que suspender serviços. Estamos falando de crianças de todo o Estado, a maioria delas de família com menos de um salário mínimo de renda familiar, que dependem desses atendimentos”, explica o Presidente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (entidade mantenedora do Martagão), Dr. Carlos Emanuel Melo.

No Martagão, por exemplo, há o serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO). Cada TMO custa, em média, R$ 80 mil, sendo que R$ 30 mil são repassados pelo SUS. Os R$ 50 mil restantes são obtidos por meio de parcerias e doações. “É mais um desafio que enfrentamos. É graças aos nossos doadores que a situação ainda não se complicou de vez, mas a nossa preocupação, por exemplo, é com a continuidade de um programa como o de TMO do Martagão. Precisamos vislumbrar uma saída que possibilite a sua manutenção”, acrescenta.

Apesar das dificuldades impostas, o Martagão tem conseguido manter seus serviços em funcionamento durante todo ano, por se tratar de doenças graves que não permitem adiamento no tratamento. Sua doação é muito importante para continuar levando esperança para milhares de famílias.